O cenário do audiovisual passou por transformações significativas com a ascensão das plataformas digitais, serviços de streaming e OTTs (Over-The-Top). De saída, necessário conceituar para o leitor o que é uma OTT: em resumo trata-se de um termo que descreve a distribuição de conteúdo através da internet, sob demanda e de forma direta, sem a curadoria de intermediários, como os meios de comunicação de massa. Essas inovações revolucionaram a forma como consumimos conteúdo, oferecendo conveniência, diversidade e flexibilidade aos usuários, além da personalização do conteúdo apresentado. No entanto, esse novo paradigma também trouxe consigo uma série de desafios para as empresas que atuam nesse mercado altamente competitivo.
Antigamente era muito comum o consumo de praticamente os mesmos conteúdos principalmente entre um grupo de pessoas com interesses similares e mesma classe social. Isso ocorria porque a distribuição de conteúdo ficava a cargo de poucos fornecedores. Com advento da internet isso mudou drasticamente e mais ainda com a chegada dos streamings. Antes dos streamings, mesmo com advento da internet, encontrávamos barreiras para acessar certos conteúdos em razão especialmente dos direitos autorais, da necessidade de uma internet banda larga, além do risco de contrair alguns vírus. Hoje, basta contratar um streaming, pois ele será o responsável pela administração do conteúdo divulgado.
Uma das principais questões enfrentadas pelas plataformas digitais, entretanto, é a busca constante por diferenciação. Com a proliferação de diversas opções de entretenimento, atrair e manter a atenção do público tornou-se uma tarefa árdua. Certamente você já se sentiu bombardeado pela produção incessante de conteúdo e ansioso por não conseguir consumir tudo que recebe. Em contrapartida, muitas vezes, temos a sensação de que nos é apresentado “mais do mesmo”, de modo que fica difícil discernir o que vale a pena consumir e o que não vale. São inúmeros filmes, séries, podcasts, por exemplo, produzidos diariamente. Diante de tanta inovação, a produção de conteúdo exclusivo e de alta qualidade tornou-se um imperativo, com grandes orçamentos sendo destinados à criação de séries, filmes e programas que se destaquem em meio à concorrência acirrada.
Outro desafio enfrentado pelas plataformas digitais é a gestão de acordos de licenciamento e produção de conteúdo. A obtenção dos direitos para exibição de determinadas obras muitas vezes envolve negociações complexas e custos elevados. Além disso, a exclusividade de certos títulos pode ser crucial para a diferenciação no mercado, intensificando a competição entre os provedores de conteúdo. Até mesmo a Disney está encontrando dificuldades para “recriar a magia”. O streaming sofreu uma perda significativa de assinantes no Brasil.
No universo dos serviços de streaming, a personalização do conteúdo é uma peça-chave na estratégia de retenção de assinantes. Recomendações algorítmicas e playlists personalizadas buscam antecipar as preferências do usuário, oferecendo uma experiência sob medida. No entanto, a fineza dessa personalização também levanta questões éticas sobre a privacidade e o uso de dados pessoais.
Em resumo, o setor audiovisual está imerso em um ambiente dinâmico e desafiador, onde a inovação constante é vital para o sucesso. As plataformas digitais, serviços de streaming e OTTs precisam continuar aprimorando suas ofertas, investindo em tecnologia, conteúdo exclusivo e experiência do usuário para não apenas sobreviver, mas prosperar nesse ecossistema altamente competitivo e em constante evolução.
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