Abandono Digital: malefícios causados às crianças e adolescentes

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25/10/2022

Adriana Garibe

Muito se fala sobre a preocupação acerca da inserção precoce das crianças e adolescentes na web e a maneira como os pais reagem diante dessa conectividade. Nesse sentido é preciso discutir também os aspectos do abandono digital que é uma realidade frequente, porém trata-se de um fenômeno pouco conhecido.

O abandono digital consiste em um descuido dos responsáveis quanto à segurança dos seus filhos em ambiente virtual. Muitas vezes os pais e responsáveis agem de maneira imprudente em relação ao acesso de seus filhos, o que acaba gerando uma série de malefícios que serão abordados adiante. Inclusive, muitos pais incentivam o uso dos meios digitais de forma exacerbada pelos seus filhos como forma de ganhar dinheiro desde cedo ou de prender a atenção dos pequenos de modo que os adultos possam realizar suas tarefas sem interferência.

Vale relembrar que antigamente as crianças e adolescentes sequer eram considerados sujeitos de direito sendo entendidos como meros objetos de posse parental ou estatal. Somente posteriormente, foram sendo desenvolvidas legislações específicas para tratar dos direitos e deveres das crianças e dos adolescentes, momento em que passaram a ser entendidos como sujeitos de direito em condição especial de desenvolvimento. Assim, em 1979 surgiu o Código de Menores no Brasil que garantiu a proteção integral a essa parcela da sociedade. Já em 1988 foi consagrada a Constituição Federal que, em seu artigo 227, estabeleceu direitos específicos sobre crianças e adolescentes. Em 1990 foi estabelecido o Estatuto da Criança e do Adolescente, o qual consiste em uma das mais importantes fontes de direitos e deveres dos infanto-juvenis.

Pois bem. Retomando a questão do abandono digital podemos caracterizá-lo em resumo como a negligência por parte dos responsáveis que não exercem a adequada vigilância sobre seus filhos menores enquanto estes estão conectados ao ambiente virtual somada a ausência de informações sobre o uso seguro deste espaço cibernético.

Não se pretende negar os inúmeras benefícios trazidos pelas ferramentas eletrônicas, mas também não podemos esquecer das inúmeras ameaças que assolam este ambiente. Em sendo assim, é responsabilidade dos pais exercerem a efetiva vigilância sobre seus filhos em ambiente digital, evitando, assim o surgimento de  variados problemas físicos e mentais.

O vício tecnológico embora seja uma realidade não é tratado como uma doença tampouco diagnosticado com facilidade, salvo quando atinge níveis extremos, o que aumenta seus riscos.  Por isso, é preciso levar a sério essa questão,  pois a médio e longo prazo pode causar problemas severos tais como: transtornos mentais, transtornos de déficit de atenção, isolamento social, hiperatividade, transtornos do sono e de alimentação, sedentarismo, miopia, síndrome visual do computador, além de transtornos posturais e musculoesqueléticos e aumento do consumismo.

Resta claro que os pais precisam se preocupar com os problemas advindos da era tecnológica e pensar em meios alternativos para o efetivo enfrentamento do abandono digital. Os pais precisam estar atentos às rotinas de seus filhos de modo a exercer o poder familiar com responsabilidade especialmente em ambiente digital que é o ambiente mais frequentado pelas crianças e adolescentes atualmente.

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