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22/08/2023

Adriana Garibe

As redes sociais mudaram completamente a forma como nos comunicamos atualmente e isso trouxe inúmeros benefícios para a sociedade como um todo, especialmente no sentido de garantir a velocidade da comunicação, diminuir fronteiras culturais, linguísticas e geográficas e com isso fomentar conexões, possibilitar a interação por pessoas com deficiência audiovisual, por exemplo, criar oportunidades de marketing e network, entre outros. Em contrapartida, as plataformas digitais também trazem uma série de desafios que merecem atenção.

Um dos principais desafios dessa revolução digital trazida pelas redes sociais é conter a propagação de informações falsas à medida que qualquer usuário pode compartilhar e produzir conteúdo em suas redes sociais aliada à falta de verificação de fatos. Outro ponto que merece bastante atenção é o que chamamos de “bolhas de filtro”, traduzido pela atividade que os algoritmos realizam para entender as preferências e opiniões de determinado usuário e, assim, apresentar apenas conteúdos que confirmem suas próprias opiniões e crenças, o que acaba limitando seu conhecimento e a acesso à informação geral, contribuindo, deste modo, para a polarização.

Outra dificuldade enfrentada pelas plataformas digitais é garantir a privacidade e segurança dos usuários à medida que dados pessoais  são coletados em grande escala, normalmente sem o devido cuidado, exemplo disto são os escândalos de vazamento de dados que hora ou outra são noticiados pela mídia. Podemos mencionar também a preocupação com a “exclusão digital”, que limita o acesso de muitas pessoas à economia digital, bem como com a substituição da mão-de-obra humana pela tecnológica.

Importante destacar que a responsabilidade pelo equilíbrio entre o potencial positivo das redes sociais e  os seus aspectos negativos não é apenas das plataformas digitais, mas também dos próprios usuários, além das entidades, empresas e governos. No Brasil a discussão sobre a responsabilidade das plataformas digitais está em alta e tem ganhado cada vez mais espaço, a exemplo dos diversos projetos de lei sobre o tema que se encontram em tramitação no Congresso Nacional, em especial, do projeto de lei apelidado de PL das fake news.

Para que projetos como esses não caiam no esquecimento e/ou se tornem ineficazes na prática, é preciso haver participação por parte de todos interessados, o que inclui os próprios usuários, os quais devem estar sempre atentos aos aspectos positivos e negativos do avanço da tecnologia, mantendo-se  engajados na discussão, contribuindo, assim, com o debate e com a edição de leis e normas coerentes.