Perícia Digital

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17/11/2022

Adriana Garibe

O campo da computação forense une o Direito ao mundo da Tecnologia da Informação. A perícia digital surgiu, deste modo, da necessidade de investigar os crimes cometidos em ambiente digital, os quais não deixam, em regra, evidências físicas. A perícia digital também surgiu em razão do aumento da utilização de métodos de armazenamentos online, o que de certa forma facilita e atrai a prática de crimes virtuais. Além disso, considerando que estamos vivendo em uma era extremamente tecnológica, mesmo os crimes cometidos no “mundo real” podem deixar rastros no mundo virtual, por isso é tão importante o papel da perícia digital atualmente.  

A perícia computacional forense pode ser definida como uma ciência multidisciplinar que aplica métodos investigativos para apuração de delitos cometidos utilizando algum dispositivo conectado à internet. Estima-se que 77 (setenta e sete) mil brasileiros sejam afetados diariamente com ataques cibernéticos dos mais diversos tipos e apenas 21% dos brasileiros que foram vítimas de crimes virtuais efetivamente denuncia as condutas delituosos.

A perícia digital possui quatro etapas, quais sejam: coleta, exame, análise e resultados obtidos. Antes de mais nada, todos os meios e dispositivos eletrônicos ligados ao ilícito e seus suspeitos a serem periciados devem ser devidamente listados. Após esse levantamento, esses são recolhidos e lacrados de modo a evitar que seus dados e informações sejam adulterados. A dificuldade na primeira fase, qual seja coleta, é o não comprometimento da integridade dos dados. Assim, para evitar o comprometimento dos dados coletados é recomendada a cópia deles por método de espelhamento. Após finalizada esta etapa o dispositivo utilizado para tanto deve ser devidamente lacrado e armazenado até autorização judicial para que seja utilizado em proveito da investigação criminal.

A fase seguinte, qual seja de exame dos dados coletados, é provavelmente a mais complexa e que merece muita atenção. Já a fase de análise, que vem em sequência, tem como objetivo formular a conclusão a partir do exame dos dados e pode ser classificada como a fase mais demorada da perícia digital. Na última etapa, qual seja a de resultado, deve ser apresentado o laudo pericial, o qual, por sua vez, deverá detalhar a forma como a investigação foi realizada e os resultados obtidos.

De outra banda, existem os materiais anti-forense que tem por objeto eliminar, ocultar ou modificar as evidências existentes em um sistema e constituem mais uma forma de crime, pois apagam vestígios virtuais dificultando, assim, o trabalho do perito. Ações delituosas como ocultação, ofuscação e encriptação de dados podem dificultar demasiadamente o trabalho forense.

Atualmente a computação forense e o perito digital são alguns dos principias aliados do processo investigatório e da justiça, à medida que são essenciais para colher e analisar as provas de ilícitos cometidos no ambiente digital ou facilitados por ele,  que só pode ser realizada por especialistas que tenham conhecimento específico sobre estes dois mundos que hoje estão intimamente ligados: Direito e Tecnologia.

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